quarta-feira, 3 de março de 2010

Reportagem sobre folha feita apartir de fibras da bananeira

Empresa goiana é referência na fabricação de papel com fibra de bananeira.
ibras vegetais da bananeira, cana, eucalipto, yuca, agave, guariroba, palha de milho e abacaxi são aproveitadas para produção de papel
ASN Goiás
Maria Helena: "A compra de um produto produzido corretamente gera um retorno positivo para toda uma cadeia de produção"
ASN Goiás
ASN Goiás
Da celulose da bananeira são feitos sete tipos de texturas em 33 cores
ASN Goiás
ASN Goiás
Patrícia Masan - Goiânia

As decisões estão presentes na vida do ser humano a todo instante: fechar ou não a torneira, apagar a luz ou deixá-la acesa, usar o carro próprio ou ir de bicicleta. Essas atitudes simples do dia-a-dia refletem – ou não, sinais de consciência que levam em conta hábitos saudáveis e de responsabilidade social. Pensando em contribuir para uma sociedade mais justa e ecologicamente harmônica, a artista goiana Miriam Pires, no início dos anos 80, começou a dedicar-se a estudar as propriedades das fibras vegetais para produzir papel artesanal e reciclado. Poucos anos depois, a catalogação de cerca de 150 tipos diferentes de papéis e a ampliação da produção resultou na fundação da empresa Miriam Pires Papéis.

Atualmente, com 25 anos de mercado, o empreendimento é administrado pela família da artista, que encontra-se fazendo pós-graduação fora do País. Sua irmãs, Maria Helena Pires e Mônica Pires, contam, orgulhosas, que mantêm em plena atividade a primeira fábrica de papel artesanal de Goiânia (GO), que hoje é referência no mercado nacional e internacional. "Nossos principais clientes estão em São Paulo. São grandes encadernadoras e papelarias. Num mês bom, chegamos a vender sete mil folhas. Mas nosso papel também é exportado para compradores na França, Espanha e Estados Unidos, além de ser utilizado por vários artistas plásticos como Antônio Dias, Bené Fonteles, Rubens Gerchmam, Aldemir Martins e Siron Franco", revela Mônica, que gera emprego e renda para 8 pessoas.

Fibras vegetais da cana, do eucalipto, da yuca, da agave, da guariroba, da palha de milho e do abacaxi são aproveitadas para produção de papel, mas o destaque é para a fibra da bananeira. "É a mais versátil. Ela dá a liga e deixa o papel mais resistente. É ecologicamente correta porque a bananeira só dá cacho um vez. O caule, que seria jogado fora, agora é aproveitado", explica Maria Helena Pires, que revela comercializar sete texturas de papéis com a celulose da bananeira em 33 cores.

O processo de fabricação é 100% artesanal. Assim, as poucas máquinas introduzidas a fim de acelerar determinadas etapas do processo foram adaptadas e outras projetadas para que não interferissem nas características do papel. O rigoroso controle de qualidade é feito do inicio ao final do processo, quando o produto passa por uma criteriosa seleção manual e individualizada. "A compra de um produto produzido corretamente, dentro dos preceitos da responsabilidade social e do desenvolvimento sustentável, gera um retorno positivo porque toda uma cadeia de produção está sendo beneficiada, desde o meio ambiente aos trabalhadores envolvidos", argumenta Maria Helena.

No momento, a empresa desenvolve em parceria com alguns escritórios de design, produtos como papel de parede, agendas, porta-retratos, luminárias, jogos americanos, álbuns, porta-copos, bandejas, caixas para embalagens, convites para festas, cartões de Natal, entre outros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário