 | |  |  |  | Maria Helena: "A compra de um produto produzido corretamente gera um retorno positivo para toda uma cadeia de produção" |
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 | |  |  |  | Da celulose da bananeira são feitos sete tipos de texturas em 33 cores |
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| Patrícia Masan - Goiânia As decisões estão presentes na vida do ser humano a todo instante: fechar ou não a torneira, apagar a luz ou deixá-la acesa, usar o carro próprio ou ir de bicicleta. Essas atitudes simples do dia-a-dia refletem – ou não, sinais de consciência que levam em conta hábitos saudáveis e de responsabilidade social. Pensando em contribuir para uma sociedade mais justa e ecologicamente harmônica, a artista goiana Miriam Pires, no início dos anos 80, começou a dedicar-se a estudar as propriedades das fibras vegetais para produzir papel artesanal e reciclado. Poucos anos depois, a catalogação de cerca de 150 tipos diferentes de papéis e a ampliação da produção resultou na fundação da empresa Miriam Pires Papéis. Atualmente, com 25 anos de mercado, o empreendimento é administrado pela família da artista, que encontra-se fazendo pós-graduação fora do País. Sua irmãs, Maria Helena Pires e Mônica Pires, contam, orgulhosas, que mantêm em plena atividade a primeira fábrica de papel artesanal de Goiânia (GO), que hoje é referência no mercado nacional e internacional. "Nossos principais clientes estão em São Paulo. São grandes encadernadoras e papelarias. Num mês bom, chegamos a vender sete mil folhas. Mas nosso papel também é exportado para compradores na França, Espanha e Estados Unidos, além de ser utilizado por vários artistas plásticos como Antônio Dias, Bené Fonteles, Rubens Gerchmam, Aldemir Martins e Siron Franco", revela Mônica, que gera emprego e renda para 8 pessoas. Fibras vegetais da cana, do eucalipto, da yuca, da agave, da guariroba, da palha de milho e do abacaxi são aproveitadas para produção de papel, mas o destaque é para a fibra da bananeira. "É a mais versátil. Ela dá a liga e deixa o papel mais resistente. É ecologicamente correta porque a bananeira só dá cacho um vez. O caule, que seria jogado fora, agora é aproveitado", explica Maria Helena Pires, que revela comercializar sete texturas de papéis com a celulose da bananeira em 33 cores. O processo de fabricação é 100% artesanal. Assim, as poucas máquinas introduzidas a fim de acelerar determinadas etapas do processo foram adaptadas e outras projetadas para que não interferissem nas características do papel. O rigoroso controle de qualidade é feito do inicio ao final do processo, quando o produto passa por uma criteriosa seleção manual e individualizada. "A compra de um produto produzido corretamente, dentro dos preceitos da responsabilidade social e do desenvolvimento sustentável, gera um retorno positivo porque toda uma cadeia de produção está sendo beneficiada, desde o meio ambiente aos trabalhadores envolvidos", argumenta Maria Helena. No momento, a empresa desenvolve em parceria com alguns escritórios de design, produtos como papel de parede, agendas, porta-retratos, luminárias, jogos americanos, álbuns, porta-copos, bandejas, caixas para embalagens, convites para festas, cartões de Natal, entre outros. |
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